domingo, 6 de setembro de 2009

Webjornalismo Participativo

"Webjornalismo Participativo: Uma análise sobre os seus conceitos e características", esse foi o tema da minha monografia. O assunto é muito novo e bastante polémico. Assistam esse mini-documentário (muito interessante), sobre esse inovador formato de jornalismo na web. Nele só aparecem os feras no assunto aqui do Brasil, pena que Carlos Castilho (ADORO ELE) do Observatório da Imprensa não conste no vídeo :(


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

BAHIA


Senti saudades de ti, minha Bahia:
Saudade das tuas cores,
Das tuas meninas,
Os negros tão lindos.
Tesouro sem fim.
Saudade do mar, da alegria,
Dos teus rituais,
Que desperta desejo em mim.
E todos perguntam: O que é que a baiana tem?
Tem vida, alegria, mente e batida.
Tem ginga, jeito, pretexto e remelexo.
Tem sentimento
Sentido, sem sentido, contido...
Apenas saudade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

HUMOR SÉRIO

Como pedir uma pizza em 2015
Luiz Fernando Veríssimo



* Telefonista: Pizza Hot, boa noite!

* Cliente: Boa noite! Quero encomendar pizzas...

* Telefonista: Pode me dar o seu NIDN?

* Cliente: Sim, o meu número de identificação nacional é 6102-1993-8456-54632107.

* Telefonista: Obrigada, Sr.Lacerda. Seu endereço é Avenida Paes de Barros, 1988 ap. 52 B, e o número de seu telefone é 5494-2366, certo? O telefone do seu escritório da Lincoln Seguros é o 5745-2302 e o seu celular é 9266-2566.

* Cliente: Como você conseguiu essas informações todas?

* Telefonista: Nós estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central.

* Cliente: Ah, sim, é verdade! Eu queria encomendar duas pizzas, uma de quatro queijos e outra de calabresa...

* Telefonista: Talvez não seja uma boa idéia...

* Cliente: O quê?

* Telefonista: Consta na sua ficha médica que o Senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe categoricamente escolhas perigosas para a sua saúde.

* Cliente: É você tem razão! O que você sugere?

* Telefonista: Por que o Senhor não experimenta a nossa pizza Superlight, com tofu e rabanetes? O Senhor vai adorar!

* Cliente: Como é que você sabe que vou adorar?

* Telefonista: O Senhor consultou o site 'Recettes Gourmandes au Soja' da Biblioteca Municipal,dia 15 de janeiro, às 4h27minh, onde permaneceu conectado à rede durante 39 minutos.
Daí a minha sugestão...

* Cliente: OK está bem! Mande-me duas pizzas tamanho família!

* Telefonista: É a escolha certa para o Senhor, sua esposa e seus 4 filhos, pode ter certeza.

* Cliente: Quanto é?

* Telefonista: São R$ 49,99.

* Cliente: Você quer o número do meu cartão de crédito?

* Telefonista: Lamento, mas o Senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu
cartão de crédito já foi ultrapassado.

* Cliente: Tudo bem, eu posso ir ao Multibanco sacar dinheiro antes que chegue a pizza.

* Telefonista: Duvido que consiga! O Senhor está com o saldo negativo
no banco.

* Cliente: Meta-se com a sua vida! Mande-me as pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?

* Telefonista: Estamos um pouco atrasados, serão entregues em 45 minutos. Se o Senhor estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar duas pizzas na moto não é aconselhável, além de ser perigoso...

* Cliente: Mas que história é essa, como é que você sabe que eu vou de moto?

* Telefonista: Peço desculpas, mas reparei aqui que o Sr. não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado. Mas a sua moto está paga, e então pensei que fosse utilizá-la.

* Cliente: @#%/§@&?#>§/%#!!!!!!!!!!!!!

* Telefonista: Gostaria de pedir ao Senhor para não me insultar... Não se esqueça de que o Senhor já foi condenado em julho de 2006 por desacato em público a um Agente Regional.

* Cliente: (Silêncio)

* Telefonista: Mais alguma coisa?

* Cliente: Não, é só isso... Não, espere... Não se esqueça dos 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção.

* Telefonista: Senhor, o regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 3095423/12, nos proíbe de vender bebidas com açúcar a pessoas diabéticas...

* Cliente: Aaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!!!!
Vou me atirar pela janela!!!!!

* Telefonista: E machucar o joelho? O Senhor mora no andar térreo!

Rápida Apresentação Sobre Assessoria de Imprensa


A Assessoria de Imprensa (AI) é uma atividade que surge da necessidade de mediação entre a organização geradora de informação, a mídia e o público. Foi inicialmente vista com desconfiança, hoje responde por 40% da ocupação dos profissionais da comunicação.
No mundo globalizado, onde a concorrência é altamente competitiva, as empresas precisam divulgar seus produtos bem como apresentar uma boa imagem deles, para isso a AI utiliza métodos próprios de divulgação indireta, pois veicula a propaganda do seu produto através de noticias, porém a AI não é apenas uma atividade dirigida às empresas, mas sim, a organizações políticas, religiosas, sociais, dentre outras.
O trabalho da AI, desempenha duas atividades fundamentais: Fornece notícias, em busca de ocupar espaços na mídia com assuntos de seu interesse; segundo, leva informação direta aos jornalistas. Assim para estar presente na mídia, o assessor não foge a regra da atividade jornalística, ele também busca a notícia.
Uma critica se faz necessário, apesar da prática de imparcialidade ser impossível, as matérias jornalísticas de órgãos de imprensa tem como finalidade sua busca e por isso procura variadas fontes, enquanto a AI, vai produzir a informação apenas que compete aos interesses da organização da qual representa.
O trabalho da AI, não se torna mais fácil pelo fato de não ter um cunho investigativo, pelo contrário, a assessoria terá de atender aos interesses da empresa e, além disso, seguir os critérios da redação atendendo aos padrões dos editores e despertar a curiosidade do leitor utilizando o imediatismo (relatando o fato recente) e o ineditismo (seguindo o preceito de que o fato narrado é desconhecido).
Para o assessor de imprensa fica seu maior desafio que é criar situações de impacto que serão absorvidas pela mídia.

domingo, 31 de maio de 2009

Breve comentário sobre o texto: Como Potencializar o Trabalho de sua Assessoria de Imprensa


Para que um trabalho de Assessoria de Imprensa (AI) seja realizado de forma consistente e positiva é necessário que a via de mão dupla esteja em continuo processo de colaboração, ou seja, tanto o assessor quando o seu assessorado precisam corresponder às exigências e habilidades que lhe são competentes.
A grande dificuldade encontrada nessa relação é a confiança. A recente profissionalização dessa atividade, que para muitos ainda se confundem com os mecanismos que o marketing utiliza (sendo esse um grande equívoco, uma vez que o jornalismo produz noticias a serviço da sociedade e o marketing transmite a mensagem de um patrocinador com o objetivo de vender algo) é uma das explicações possíveis para a falta de credibilidade nessa relação.
Se por um lado quem contrata os serviços de uma AI necessita acompanhar seu desempenho, medir e cobrar resultados, do outro é preciso ter a certeza da confiança e acima de tudo da colaboração. Acatar a estratégia de comunicação traçada pela assessoria de imprensa para determinado fato relevante e, no momento da execução, “atropelar” o projeto com ações opostas às que haviam sido previamente planejadas; passar a informação a jornalistas sem o conhecimento prévio da assessoria e esperar que a assessoria tenha total controle do que será publicado sobre a fonte em espaço editorial, são atitudes extremamente prejudiciais da parte do assessorado que podem acarretar em descrédito da assessoria e da própria fonte.
Características que devem ser cultivadas pelo profissional de assessoria:Manter bons contatos nos veículos de comunicação;
Ter credibilidade na imprensa;
Criatividade para gerar pautas e despertar o interesse jornalístico, dentre outras
Maneiras de medir resultados:
Realização de pesquisas para avaliar como a comunicação do assessorado é percebida pelos jornalistas;
Análise de conteúdos editoriais;
Por último e não menos importante, o recado de que quantidade de inserções na mídia não significa qualidade!!! É necessário antes de tudo avaliar em qual espaço o assessorado é mencionado e de que forma.

domingo, 24 de maio de 2009

Sobre Sonhos


Poucas certezas são dadas em relação ao fenômeno dos sonhos, apesar do encontro com ele ser efetuado a cada vez que dormimos (mesmo que você não se lembre deles). Na antiguidade eram vistos como mensagens divinas e poderiam indicar a cura para doenças. Para Aristóteles, pensador que viveu no século IV a.C, o sonho não passava da manifestação da mente, para a época esse era um posicionamento incomum.
Somente do século XIX ver os sonhos como interpretação do sobrenatural começou a ser refutado. Nesse período surgem figuras como Darwin afirmando que os animais também sonham (A origem das Espécies, 18590), a psicóloga americana Mary Calkins com a descoberta de que a maioria dos sonhos acontece na segunda metade do sono e 89% dos relatos colhidos tinham relação direta com os eventos do dia anterior (Estatísticas dos Sonhos, 1893), porém o rompimento só foi consolidado com Sigmund Freud, em sua obra A interpretação dos Sonhos, 1900. Freud percebia os sonhos como uma válvula de escape da realidade que cerca as pessoas, atribuindo a eles um caráter simbólico formado pelo processo de condensação e deslocamento, que servem para distorcer o desejo reprimido e driblar nossa censura.
A fim de versarmos sobre o mundo dos sonhos e suas tantas lacunas, conversamos com o psicólogo, Gilvan Melo, que trabalha com a psicologia escolar e clínica, abordando fundamentalmente a Logoterapia, ou seja, um sistema teórico criado pelo psiquiatra Viktor Frankl onde a busca de sentido na vida é a principal razão da existência humana.
Perguntado sobre o que significa o processo onírico, Gilvan citou dois pesquisadores. Para Viktor Frankl o sonho pode indicar caminhos para esse encontro com o sentido da vida de cada indivíduo e para Carl Gustav Jung, um discípulo de Freud que deixou seus ensinamentos e criou sua própria teoria, o sonho é um mecanismo compensatório da psique onde a realização de desejos reprimidos é apenas um aspecto dessa compensação.
Segundo Gilvan ao dormimos passamos por cinco fases distintas, das quais variamos entre sono leve, médio e profundo. Foi em relação a essas fases que em 1953, Nathaniel Kleitman e seu aluno Eugene Aserinsky, revolucionaram o mundo dos sonhos ao descobrirem que durante essas várias etapas do sono, nós mexemos os olhos como se estivéssemos acordados. Esse processo é batizado como o sono REM, sigla inglesa que significa “movimento rápido dos olhos”.
Gilvan citou ainda que a sensação de controle do sonho é possível psicologicamente, pois nesse processo ocorre uma manobra do consciente sobre as imagens dominadas pelo inconsciente, o chamado sonho lúcido. Quanto à curiosidade sobre o processo onírico dos cegos, Gilvan afirma que por não possuírem as referências visuais, os cegos recheiam seus sonhos dos outros sentidos e assim podem formar imagens mentais relativas ao espaço. Já quem nasce com a visão e a perde por alguma razão pode ter sonhos com imagens durante a vida toda.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Comunicação de Massa no Mundo Globalizado


Em nosso dia a dia somos bombardeados por um número tão elevado de informações que estudos comprovam não sermos capazes de processarmos. Vivenciamos a chamada sociedade da informação, onde ela ocupa o papel central, além de moeda corrente desse sistema. Como poderosa ferramenta encontramos ainda à Internet que combina informação, publicidade e cultura de massa. Nesse contexto frenético vamos perdendo o conhecimento do verdadeiro papel da comunicação. Por isso se faz necessário apreendermos as configurações da mídia na atualidade, pois é ela que norteia todo indivíduo socialmente ativo.
Somamos a globalização a tudo isso e passamos a nos questionar: De que forma se dá o processo de comunicação no mundo globalizado? Pergunta difícil de ser respondida, porém com muitas demonstrações visíveis, na maioria dos canais de comunicação atualmente. Mesclando sensacionalismo, muito sangue e aberrações, vamos constatando que a comunicação de massa passa o rolo compressor e comporta tudo que chame atenção e traga rentabilidade.
Não sejamos apocalípticos ao ponto de eliminarmos totalmente as contribuições que a comunicação de massa nos possibilita, afinal é ela que trás o erudito e nivela ao popular ao ponto de alcançar uma maior camada de pessoas. Seria ingênuo não perceber que nessa junção a soma das partes perde a sua autenticidade, mas é necessário entender que esse novo produto deve ser analisado sob a ótica particular de sua confluência.
Vivo em busca de respostas para o contexto da comunicação de massa no mundo globalizado. Dia à dia alguns questionamentos são respondidos, muitos outros ainda ficam, mas assim como a mídia atualmente deve ser percebida como um caleidoscópio, as dúvidas restantes são apenas ponto de partida para novos conhecimentos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

UMA REPORTAGEM SOBRE O DRAMA HUMANO


A OBRA:
HERSEY, John.Hiroshima. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 172 p.




Estudar o Jornalismo Literário, considerado um gênero híbrido, inclui, obrigatoriamente a leitura de John Hersey em sua obra “Hiroshima”. O jornalista norte-americano fez em 1946 (um ano após a explosão) uma reportagem sobre os efeitos da bomba atômica lançada em Hiroshima.
O texto relata o que aconteceu com seis pessoas que sobreviveram à explosão que matou mais de 100 mil e feriu centenas. Essa reportagem foi publicada na revista The New Yorker e ocupou todas as paginas da edição, coisa incomum para a época. Hersey conta à história dessas seis pessoas desde o dia da explosão até cerca de um ano após, somente em 1985 foi adicionado um apêndice que mostra o destino dos seis sobreviventes 40 anos depois da tragédia.
A obra é dividida em cinco capítulos – “Um clarão silencioso”, “O fogo”, “Investigam-se os detalhes”, “Flores sobre ruínas”, e “Depois da catástrofe” – cada qual englobando as fases da vida dos sobreviventes, as histórias são inter-relacionadas e refletem o drama humano daqueles dias.
No primeiro capitulo do livro, o autor relata o que as seis pessoas estavam fazendo no momento exato da explosão e nos diz: “Cada uma delas atribui sua sobrevivência ao acaso ou a um ato da própria vontade – um passo dado a tempo, uma decisão de entrar em casa, o fato de tomar um bonde e não outro”, eles creditavam suas vidas ao mero acaso, depois da morte de tantos. O autor relata a identificação da cidade que anteriormente abrigava 380 mil pessoas e depois de programas de evacuação haviam reduzido o numero para 245 mil.
Dando continuidade a contextualização, já no segundo capitulo da obra o autor narra o drama humano das pessoas que foram atingidas pela bomba, relata como se encontravam as ruas, ou que restou delas, os ferimentos, fraqueza do povo, queimaduras, efeitos de curto prazo da explosão. O que segue abaixo foi extraído do livro:

“A situação do Dr. Fuzii, do Dr. Kanda e do Dr. Machii - e, por extensão da maioria dos médicos de Hiroshima – logo após a explosão, com seus consultórios e hospitais destruídos, seus equipamentos dispersos, seus próprios corpos incapacitados em diferentes graus, explica por que morreram tantos cidadãos que podiam ser salvos... No hospital da cruz vermelha, o maior da cidade, apenas seis médicos, de uma equipe de trinta, e dez enfermeiras, dentre mais de duzentas, tinham condições de trabalhar”.

Sobre “Investigam-se os detalhes” o panorama é de uma cidade totalmente destruída, com seus moribundos espalhados por todos os lados.
No dia 7 de agosto, houve um pronunciamento dos meios de comunicação sobre o que havia ocorrido em Hiroshima, um rádio comunicava que haviam utilizado um novo tipo de bomba e estavam investigando os detalhes, essa era a melhor informação que eles poderiam fornecer no momento, já que desconheciam o real poder dessa arma de destruição em massa. Percebemos que a informação veiculada não acrescentava nada de novo ou de contundente para esclarecer o que tinha ocorrido. “A rádio e a imprensa japonesa estavam cautelosas em relação à estranha arma”.
Os dois últimos capítulos relatam à reconstrução das vidas dessas pessoas. Sobre “Flores sobre ruínas” notamos os efeitos da bomba em médio prazo na saúde dos sobreviventes, ou “hibakusha” (pessoas afetadas pela explosão), como preferiam ser chamados, pois acreditavam que dessa forma não estariam desrespeitando os mortos sagrados, já que o termo sobrevivente conotava um sentido de força maior que acabava por inferiorizar aqueles que morreram na explosão.
“Depois da catástrofe” Hersey mostra o rumo que a vida dos seis tomou e a própria reconstrução da cidade.
Essa reportagem alcançou repercussão mundial na época e o fato de ter sido produzida por um norte-americano tornou o fato mais contundente. A reportagem permitiu que se tomasse consciência do poder de destruição das armas nucleares.
Sem dúvida para aqueles que choraram com a morte de centenas de norte-americanos no atentado de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, em Nova York, esse livro serve para refletir sobre um pouco da maldade que os filhos do Tio Sam já espalharam pelo mundo.
Hersey escreveu um texto enxuto, sem exagerar nos adjetivos, embora muitas vezes tenha chocado com as descrições tão bem elaboradas que nos faz reportar a cena da desolação.
Esse é um livro que devia constar no currículo de todos. Muito se fala da II Guerra Mundial, mas naquele distanciamento que acaba banalizando o sofrimento humano. Porém, o que realmente se passou no Japão, o terror, as mortes, o esfacelamento de Hiroshima e Nagasaki, poucos sabem. Essa leitura é primordial para quem deseja entender melhor essa fase de nossa História.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

VII ECUM - O Cariri Paraibano em Efervescência



O VII ECUM – Encontro Ecumênico de Místicos e Pensadores realizado durante o feriado da semana santa, na cidade de Camalaú, no Cariri paraibano (muitos devem estranhar o fato, afinal encontro de místicos e pensadores em pleno interior da Paraíba é mesmo de chamar atenção, então caro internauta, continue lendo que tudo será esclarecido) é um interessante evento que deve ser conhecido, assim como o Encontro da Nova Consciência, o da Consciência Cristã, o dos Amigos da Torá e tantos outros realizados Brasil afora.
O ECUM é um evento pioneiro na região do cariri e foi idealizado pelo professor Antônio Mariano que desde tenra idade sempre se interessou por assuntos espirituais. Ele afirma enfático “A iniciativa do evento nasceu da necessidade de promover uma aproximação entre as religiões, romper o preconceito e o radicalismo, além de abordar temas interessantes, muitas vezes negligenciados”.
Em sua sétima edição o encontro abordou como temática “O enigma da dor e o milagre da cura”. A programação trouxe palestras, debates, exposições, oficinas, atendimentos, além de um momento cultural com apresentação de teatro e celebração.
O ECUM encontra como maiores dificuldades o ambiente inóspito, ocasionado pela mentalidade castradora da comunidade, assim como a dificuldade financeira, já que o projeto não recebe apoio público e nem da iniciativa privada, sendo realizado com recursos próprios do professor Antônio Mariano. Em relação à primeira dificuldade o professor afirma que é ela a mola propulsora da própria realização do evento, que dessa forma o objetivo principal é minar os preconceitos, sendo o ECUM uma gota no oceano que acarreta transformação na maneira das pessoas verem e aceitarem o próximo.
O evento que já recebeu líderes religiosos, místicos, parapsicólogos e pesquisadores de todas as partes do Brasil foi lançado em 1993, não sendo executando todos os anos, devido a problemas de ordem política. O professor explica ainda que durante as palestras o número de pessoas não é muito elevado, mas as consultas que são oferecidas fazem à comunidade comparecer, lotando o local. “As pessoas são práticas, vem atrás de ajudas concretas, não se preocupando em entender esses processos místicos”.
Na abertura do evento todos foram convidados a explanar sobre o tema proposto e interessantes noções de dor foram abordadas. O artista plástico, Jarrier Alves, fez um breve passeio pela história da arte demonstrando que arte e dor sempre foram parceiras. O musico e estudante de filosofia Bhira Mariano, afirmou que a dor é inerente ao ser humano e eu, me pronunciei dizendo que a dimensão da nossa dor deve ser analisada, posturas são assumidas a partir daí, muitos se afogam nas próprias lágrimas (causando um problema maior do que a própria dor existente) outros por sua vez, encaram esse momento como um processo natural e semelhante à águia se renovam, apesar do sofrimento.
O final da abertura do encontro foi marcado pelas palavras do professor Antônio Mariano que enxerga a dor como uma grande mestra que trás consigo provocações e o convite para superar limites.

sábado, 4 de abril de 2009

Breve Discurso Sobre Ética no Jornalismo



Uma interessante definição para ética em jornalismo consta no livro “Jornalismo de Revista” de Marília Scalzo, onde a informação torna-se ética quando ela é bem apurada, por meios lícitos, com boas fontes, checada, confrontada, analisada e bem escrita.
Esses são sem dúvidas crivos importantes para veiculação de uma informação. O atual jornalismo, no entanto, passa por uma séria crise nesse sentido e muitas destas características são desconsideradas durante a produção de uma notícia.
A imparcialidade jornalística que no campo da ética é um assunto que sempre rende pano pra manga é um dos temas que costuma trazer efervescência nas salas de jornalismo. Sem dúvidas que esse é um dilema que persegui os focas até o seu último ano de faculdade sem resposta alguma. Afinal, como não levar um pouco do criador (jornalista) para a sua criatura (notícia)?
Dessa forma, o quesito ético comprometesse mesmo que superficialmente com os próprios valores, posições e ideologias do jornalista. É importante que esse profissional preserve sua independência e que ele persiga com zelo e disposição a objetividade e isenção jornalística, e que assim ele possa matar o leão de cada dia que envolve a sua profissão.
O filme “O preço de uma verdade” nos apresenta os bastidores da produção de notícias, realizada de forma irresponsável e sem nenhum comprometimento com a apuração, análise e ética das informações veiculadas.

sexta-feira, 27 de março de 2009

The Strangers / Os Estranhos

Direção: Bryan Bertino
Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Glenn Howerton
Ano de lançamento: 2008
Duração: 85 minutos

Preciso confessar algo: - Adoro filmes de terror e suspense, muito embora a mão do companheiro (a) ao meu lado fique um pouco dolorida (é que falto esmagar todos os dedinhos com os meus apertões :(). Passada essa declaração vamos ao filme.
A escolha de “Os Estranhos” deve-se a ocorrência de ser “inspirado em fatos reais” (você quer isca melhor que essa?): o assassinato ocorrido na casa da família Hoyt em 11 de fevereiro de 2005 (há quem pregue por aí que esse crime não ocorreu e é bom lembrar que INSPIRADO em fatos reais, não quer mesmo apontar como realidade fidedigna).
Infelizmente a minha escolha dessa vez não foi acertada. O filme não surpreende em nenhum momento, não há uma história, fica a impressão de uma crítica sobre a violência de forma sem sentido. Usando o velho clichê das máscaras e de um isolado cenário o enredo vai se desenrolando, partindo de ponto algum para chegar a nenhum lugar.
Uma curiosidade a respeito do filme é que ele também foi inspirado em uma passagem da vida do diretor que, quando criança presenciou uma moça batendo à porta de sua casa em plena madrugada à procura de alguém que não existia, no dia seguinte, várias casas vizinhas haviam sido depredadas, exceto a dele. Outro interessante dado é que a protagonista, Liv Tyler, declarou que o final original possuía mais interação e diálogos entre as vítimas e os vilões, os trechos foram cortados do roteiro com o objetivo de manter o enigma a respeito dos vilãos (quem sabe se a escolha em contrario não teria salvado o filme?!).
Em resumo, não recomendo. Se você assistir, por favor, deixe o seu comentário. “Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria”.

domingo, 22 de março de 2009

Inês é morta

Gafe todo mundo comete, mas quando elas são causadas por líderes políticos o que poderia ser resolvido com um simples pedido de desculpas, pode se transformar em uma crise de imagem. O último político assombrado por essa bruxa foi nada mais, nada menos, do que o presidente norte-americano Barack Obama.
No programa humorístico “The Tonight Show”, Obama deu a mancada de comparar sua habilidade como jogador de boliche à de participantes das Olimpíadas Especiais, para portadores de deficiências mentais, físicas ou visuais. Essa gafe o deixou em maus lençóis. Logo depois do programa Obama se retratou. O presidente dos jogos Paraolímpicos, Tim Shiver, disse que o incidente deve levar as pessoas à reflexão de que as palavras causam dores e resultam em estereótipos. Para se redimir da afirmação infeliz além do pedido de desculpas, o presidente convidou os atletas deficiente a irem jogar uma partida de boliche ou de basquete na Casa Branca (interessante “jogada”).
Aproveito para ressaltar que o privilégio das palavras fora de hora, confusas e que trazem saia justa não é dádiva apenas dos ianques. A seguir uma pequena amostragem das gafes clássicas dos (ex) representantes do nosso Brasil.

1. Lula



2. Marta Suplicy



3. Maluf

sexta-feira, 20 de março de 2009

Educar – Comunicar - Globalizar



Para que o cidadão comum possa preservar a sua cultura local, decodificar os conteúdos, compreender os silêncios, preencher as lacunas, ter consciência da espetacularização e saturação dos fatos explorados pela mídia é imprescindível a leitura crítica e educação para estes meios de comunicação. Na perspectiva da comunicação dentro do mundo globalizado, a única via possível é a educação. Somente através desta habilidade o cidadão deixará o seu papel de receptor passivo dos meios e assumirá uma postura ativa e criticamente aguçada para receber as informações que lhes são transmitidas.
A Leitura Crítica da Comunicação (LCC) começou a ser exercida tendo em vista os produtos midiáticos, artísticos e culturais. Ela é fundamentada na metodologia da recepção, onde aquele que obtém as informações também é agente ativo dos processos que acontecem ao seu redor.
Outra proposta interessante além da LCC é a educomunicação que visa compreender as relações entre a Comunicação e a Educação, além de educar para mídia. Este campo de estudos foi reconhecido recentemente e o termo passou a ser utilizado a partir de 1999, pelo Ministério da Educação.

“Educar na era da informação é educar para os meios e linguagens de nosso tempo, e é prioritário ensinar estratégias e habilidades comunicativas, compartilhando instrumentos de navegação autônoma para viagens seguras pelos vastos oceanos de informações e mensagens”.

O educomunicador deve ser responsável por essa nova maneira de pensar a comunicação intimamente atrelada à educação, ele precisa abrir novas rotas para leitura e decodificação das linguagens utilizadas pela mídia. Ele é “o novo profissional que atua ao mesmo tempo no campo da Educação e da Comunicação, motivado pela formação de pessoas críticas, participativas e inseridas em seu meio social”, ele pode, além disso, coordenar e assessorar projetos que visem à formação da competência comunicativa dos cidadãos.
Pensar criticamente é o novo desafio da era da informação. Formar pessoas capazes de interagir com os conteúdos noticiosos produzidos é a nova habilidade que deve ser difundida. A era da informação não pode ser vista apenas como a proliferação de dados e conteúdos impossíveis de serem assimilados. Essa era deve ser marcada pela tentativa de se fazer compreender os meandros, caminhos e descaminhos que a informação atravessa para se fazer presente na vida do cidadão comum, essa é uma maneira de se fazer uma nova comunicação.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Definitivo - Carlos Drummond de Andrade




Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

segunda-feira, 16 de março de 2009

BEYOND BORDERS / AMOR SEM FRONTEIRAS




Ontem sozinha em minha residência, em um domingo daqueles que a preguiça toma conta e a gente deixa mesmo que isso aconteça, afinal é domingo, decidi assistir um romance. Na verdade não sou muito adepta deste gênero, mas entre ele e a programação dominical da TV, fico com o primeiro. Como assistir bons filmes é sempre uma experiência enriquecedora que deve ser compartilhada, deixo através deste post a recomendação para que vocês não percam essa magnífica obra. Vamos ao relato!

SINOPSE: Quando participava de uma comemoração pela obtenção de fundos para assistência a fome, uma socialite (Angelina Jolie) é impactada pela mensagem de um humanista que lhe apresenta uma realidade muito além das taças de champanhe e o seu belo conforto em Londres. Sensibilizada Sarah muda radicalmente sua vida, partindo da Inglaterra para países em conflito com o objetivo de servir a causas humanitárias.
ANO DE LANÇAMENTO: 2003.
TEMPO DE DURAÇÃO: 127 minutos.

Guerras, conflitos, incompreensão, mesquinharia, pequenez humana, amor, compaixão, solidariedade... No filme “Amor sem Fronteira” encontramos todos esses elementos, hora nos despertando nojo da raça humana, hora nos fazendo acreditar que ainda existe esperança.
O filme mostra o conflito étnico entre tutsi (elite) e hutus (agricultores) em Ruanda, que levou a morte 11% da população e 4/5 dos tutsis que viviam no país, também apresenta a guerra civil no Camboja que ainda hoje faz suas vitimas através das minas e onde um de cada 236 habitantes do país já perdeu ao menos uma perna devido à explosão de mina.
Para termos noção da gravidade do problema o custo de produção de uma mina é de cerca de três dólares, mas para desarmá-la são necessários mil dólares. Devido a esse motivo existem hoje no mundo por volta de 110 milhões de minas, enterradas em 64 países e que ainda matam numa assustadora média mensal de duas mil vítimas por mês.
O terceiro momento do filme nos depara com os conflitos étnicos e separatistas entre os russos e chechenos.
É fundamental dissecarmos no filme suas abordagens a respeito de temáticas como: ações humanitárias, o papel das ONGs em áreas de conflito, o jogo armamentista de interesses particulares, além da análise dos lugares-cenários da História.
Recomendo este filme pela compreensão a respeito da própria História da raça humana e, por favor, não fiquem apenas hipnotizados pela magnífica beleza de Jolie. Fiquei perplexa ao perceber que na maioria dos comentários que encontrei sobre o filme (que trás temáticas dilacerantes), as pessoas detinham-se apenas na beleza e atuação da protagonista.

domingo, 15 de março de 2009

Globalização X Regionalização: Qual o caminho viável?





A comunicação no mundo globalizado é recheada de discursos imediatistas que compreendem somente o espaço do agora. Aparentes, pois são construídos e desconstruídos conforme o interesse de pequenos grupos detentores de poder. Superficiais, já que fingem uma comunicação quando na maioria das vezes o que há é somente repasse de dados e por fim, autoritários quando apresentam a bandeira da verdade inquestionável. A fragmentação das notícias dentro deste paradigma acarreta uma comunicação ainda mais descontextualizada (pois não há interesse de se fazer um apanhado histórico acerca dos fatos, não se deseja compreender o fato/causa/conseqüências) e desterritorializada, onde a reflexão crítica cede lugar a retalhos de informações como forma de pensamento.
Globalizar é misturar, recriar, romper e formar novos padrões de vida, pensamentos e forma de agir, é aproximar o distante e tornar conhecido o mais particular, é perder a identidade privada, para ganhar a capacidade de interação com qualquer pessoa na Terra. Inseridos neste contexto a globalização e a indústria cultural trabalham juntas na configuração da cultura, elas modificam a criação e a forma de se produzir os produtos culturais. A arte passa a ser vista como mercadoria, a cultura local começa a perder as suas características para que possa ser difundida e consumida pela massa, assim os lucros obtidos obedecem a uma escala ascendente.
Diante da globalização como preservar o espaço regional? A via encontrada é o fortalecimento da comunicação tendo por base as singularidades locais. Segundo Octávio Ianni “Sob certos aspectos, a regionalização pode ser uma técnica de preservação de interesses “nacionais” por meio da integração, mas sempre no âmbito da globalização”.
Preservar os interesses nacionais é valorizar a cultura, as raízes, a comunidade, o patrimônio, acarretando integração e conhecimento dessa realidade local, mas também o desejo de resguardar histórias/cultura/patrimônios particulares.
O jornalismo de proximidade neste contexto é detentor das ferramentas para a produção de conteúdos relacionados à preservação e desenvolvimento dessas identidades. O seu papel será promover debates, aguçar discussões, chamar atenção, desenvolver reportagens que tenham por objetivo solucionar problemas, além de resguarda histórias/cultura/patrimônios dessa comunidade. A informação local “pertencente às pessoas, instituições, ambientes geográficos, as tradições e manifestações culturais, as identidades e vocações sociais, econômicas, políticas e culturais de um povo, de uma comunidade, um lugar” é a prioridade para esse tipo de jornalismo e suas atribuições devem ser exercidas.

Bandeira e Seu Humilde Cotidiano


Andorinha
Manuel Bandeira

Andorinha lá fora está dizendo:
— "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa . . .


Davi Arrigucci Júnior é um dos mais importantes nomes da crítica literária brasileira. Nascido no Estado de São Paulo em 1943, Arrigucci hoje é professor aposentado tendo lecionado Teoria Literária e Literatura Comparada na USP. No ensaio “O humilde cotidiano de Manuel Bandeira”, o crítico descreve as fases do poeta, esclarecendo como sua atitude humilde influenciou suas obras.
Arrigucci apresenta que Bandeira foi se afastando das escolas literárias (Parnasianismo e Simbolismo) conforme sua descoberta de que se revelam emoções também no dia-a-dia, no plano comum, sem que haja necessidade de uma linguagem rebuscada ou de um mote inalcançável. O critico relata de que forma a tuberculose contribuiu para a formação de uma poesia de “circunstâncias e desabafos” (como o próprio poeta intitulou seu trabalho) e apresenta ainda fatos sociais, culturais e biográficos que cercaram a vida de Bandeira e que refletiram em toda a sua obra suas conseqüências. A postura dialética de Arugucci é assumida ao longo de todo o texto. São evidenciados momentos de intensa troca entre a análise, comentário e interpretação.
Mais uma vez Arrigucci faz uso de uma avaliação crítica eficaz, que ajuda o leitor a compreender de forma simples a obra de Bandeira, além de despertar o interesse por descobrir no cotidiano, toda a complexidade que Bandeira o via refletir.