terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fartadela Jornalística


Edição do Jornal Hoje 09/08/11. Vejamos algumas notícias:

PF prende 38 pessoas do Ministério do Turismo: Isso mesmo meus queridos, depois dos escândalos envolvendo o ministro da Casa Civel, Palocci, e a incompatibilidade de seu patrimônio com a renda declarada, e posterior ao tumulto no Ministério dos Transportes devido a denúncia de um esquema de corrupção que levou a mais de 20 demissões, a bola da vez é a acusação de desvio de verbas publicas pelo Ministério do Turismo por meio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável. Dentre as 38 pessoas presas, está ninguém mais nem menos do que o segundo homem na cadeia de comando do ministério, o secretário Frederico da Costa. Deste lamaçal podemos seguir com o pensamento positivo de que se “onde há fumaça, há fogo”, pelo menos suas labaredas estão queimando visivelmente aos olhos da população.

Educadores acreditam que participação dos pais na escola evita o bullyin: Para humanizar a notícia, o relato de um menino de 11 anos que foi ESPANCADO por 14 COLEGAS em uma escola de Juazeiro da Bahia.
Neste caso é preciso evidenciar a diferença entre crime e bullyin. O que ocorreu com o menino foi um ato violento, um ataque irracional, uma ação desumana praticada por 14 pessoas contra 1 individuo. De acordo com Frank C Sacco,doutor em psicologia e autor do livro “Prevenindo o Bullyin e a Violência na Escola”, o bullyn é psicológico e verbal, quando alguém ataca, empurra é CRIME!

A cada dez minutos um idoso é agredido no Brasil: Este ano já foram contabilizados mais de 3 mil casos no país e os parentes são os maiores agressores.
Triste constatação: Vivemos em uma sociedade doente que não cuida daqueles que lhe podem transmitir a sabedoria necessária para não pisar em cima das mesmas pegadas.

Brasileira de 17 anos é eleita a mais bela adolescente do mundo: É bom saber que uma alagoana ganhou este título. Quanto a isso nada contra. Parabéns para ela!
Todavia, tendo em vista que o concurso Miss Teen Brasil concede como parte de seu prêmio R$ 20 mil em cirurgia plástica é preciso discutir esse “incentivo”. Se as mais belas ainda não estão satisfeitas com suas curvas e seu rosto em perfeição, imagine aquela adolescente que foge do padrão, alta e loira, e que de quebra ainda tem espinhas ou quilos além do que se enquadra nesta camisa de força.

Vou parar por aqui, pois ainda estou fazendo a digestão de tudo o que foi relato.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cânone Literário II - O papel da História da Literatura


Harold Bloom (1995) afirma que, hoje em dia, o cânone vincula-se de forma direta com os círculos culturais (universidade, editoras, críticos literários) responsáveis por sua subsistência e manutenção, todavia segundo a argumentação de Moreira apud Frank Kermode (1998) a formação do cânone ocorre por meio de determinados textos que conseguem manter-se em um processo critico continuado. Dentro dessa lógica, existem elementos textuais, tais como: maior ou menor relação com outros textos, grau de polivalência, boa influência do patrocinador que irá introduzi-lo na crítica e o lugar que ocupa na esfera crítica. Todas estas são características importantes para determinar o grau de interesse que o texto suscitará e por quanto tempo.

Além disso, para entendermos o motivo pelo qual determinado texto ocupa um espaço privilegiado em relação a outros só é possível, se recorrermos à história da literatura. Ela é fundamental para percebermos que quanto mais antiga a literatura, mais importante o patrimônio nacional, consequentemente mais numerosos os textos canônicos. E os “clássicos” advêm dessas nações que após legitimarem seus textos nacionais fundadores passam elas próprias a delimitar o que é necessariamente literário. “O “clássico” encarna a própria legitimidade literária, isto é, o que é reconhecido como A literatura, a partir do que serão traçados os limites do que será reconhecido como literário, o que servirá de unidade de medida especifica” (CASANOVA, 2002, p. 29).

A história literária expõe assim um sistema de exclusão, onde existe uma capital literária universal e regiões que dela dependem literariamente, além de apresentar uma tendência a consolidar modelos de interpretação segundo interesses de grupos.

Um fator que reforça esse modelo excludente de matriz e colônia literária é a centralidade da língua, ou seja, a dominação literária que uma língua pode exercer se relaciona em grau direto com número de poliglotas que a falam e os tradutores que fazem os textos circularem, assim pode-se falar de uma desigualdade literária das línguas (conf. CASANOVA, 2002).

Além de tudo que dissemos, esclarecedor é perceber, assim como Casanova (2002), que o efeito da crença literária é ocultar o princípio da dominação literária em si e que o espaço literário, centralizado, recusa-se a confessar sua situação de troca desigual, pois:

“(...) toda a dificuldade em compreender o funcionamento desse universo literário é, de fato, admitir não serem suas fronteiras, capitais, suas vias e suas formas de comunicação completamente passiveis de serem sobrepostas as do universo político e econômico” (CASANOVA, 2002, p. 25).

Como consequência desse cenário, toda interpretação adversa do consenso da capital, toda bandeira que postule algo diferente do canônico, como o de uma minoria de gênero, classe social, étnica, tende a ser rejeitada, por ser desprezada quanto à capacidade de formular conteúdos que reforcem os valores dominantes.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Cânone Literário – Conceito e Contexto


Discorrer sobre o cânone literário é sempre uma atividade controversa, aqui pretendemos apresentar rapidamente um relato sobre algumas das contradições sócio-históricas existente em sua formação. Antes de qualquer reflexão se faz necessário esclarecer o próprio conceito da palavra.

O termo cânone deriva do grego kánon e diz respeito a uma regra, modelo ou norma representada por uma obra ou um poeta. Pode significar relação ou catálogo importante, definido por autoridade reconhecida. Assim o cânone literário nada mais é do que uma seleção valorizada de livros, consequentemente impõe a exclusão de muitos outros, originando dessa escolha muitas controvérsias.

Essa lista literária, conforme Compagnon (2001) começou a se estabelecer no século XIX, ancorada no nacionalismo e no papel de herói que os escritores desempenhavam ao retratar o forte sentimento pela nação. Todavia Perrone-Moisés (1998), discorda dessa afirmação e assegura que foram os filólogos alexandrinos os primeiros a fazerem uma lista de autores literários para serem lidos em escolas de gramática.

Na linha do tempo, o cânone clássico nasce na Idade Média, juntamente com Dante e outros escolhidos, guiado pelo latim como forma de seleção do cânone nacional. O Moderno começa no Renascimento italiano, se expande por meio dos escritores subsequentes que legitimam ancestrais e pelos canonizados em um processo de reconhecimento mútuo (conf. PERRONE-MOISÉS, 1998, p. 175). Já no século XX mudanças guiam as leituras de obras canônicas de forma bastante prática, pois passa a existir uma preocupação crescente em fornecer leituras formadoras ao currículo dos jovens e instruí-los para “reconhecer” as obras de qualidade estética. Assim o cânone modernista é formado e reconhecido por especialistas de literatura e leitores que reproduzem esse padrão, mesmo sem entender o sentido de suas escolhas.

Seguindo a praticidade, atualmente, frente à limitação humana, os diversos papéis assumidos socialmente, o tempo cada vez mais escasso faz surgir e se propagar com facilidade listas de atividades fundamentais, tais como: a lista das melhores músicas, dos lugares que devem ser visitados antes de morrer, dos restaurantes que devem ser conhecidos e dessa forma os livros também devem ser hierarquizados. Segundo Harold Bloom (1995), “Quem lê tem de escolher, pois não há, literalmente, tempo suficiente para ler tudo, mesmo que não se faça mais nada além disso.” (1995, p. 23). Todavia é preciso problematizar essa escolha e levar em consideração os aspectos que tem fundamentado a leitura do livro “A” em detrimento ao “B”. O que iremos explicar no próximo post.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Copa 2014




E depois do sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, ocorrido no sábado, e apesar dos protestos e denúncias de corrupção envolvendo Ricardo Teixeira, que não por acaso é presidente da CBF e chefe do Comitê Organizador Local da Copa (ACÚMULO DE CARGOS NUNCA VISTO EM COPAS ANTERIORES) e responsável por declarações, tais como: "Em 2014, posso fazer a maldade que for (...). E sabe o que vai acontecer? Nada, porque eu saio em 2015” o alto escalão da Fifa teve coragem de afirmar a satisfação e sucesso do evento.

Rebatendo esse clima otimista, o site da Veja divulgou hoje uma pesquisa de opinião realizada entre os dias 20 e 25 de julho, onde 1.879 pessoas de todas as regiões do país responderam a doze perguntas a respeito da Copa. O clima não é nada favorável e como eu sou do time que acredita no equivoco desse evento, pois mais de 60% das obras de estádio da Copa-2014 estão sendo bancadas pelo dinheiro PÚBLICO. Como exemplo grave, a reconstrução da Fonte Nova, em Salvador, receberá 80% de financiamento PÚBLICO.

Além disso, de acordo com a Folha de São Paulo, o governo federal decidiu que não vai mais divulgar todos os gastos com as obras e os serviços contratados para a Copa do Mundo de 2014.

Em ofício enviado ao Tribunal de Contas da União, o Ministério do Esporte avisou que a prestação de contas de novos contratos de valor estimado em R$ 10 bilhões vai depender da "CONVENIÊNCIA DO PODER EXECUTIVO". Todavia, quando se candidatou a sediar a Copa, o Brasil se comprometeu com a ampla divulgação de suas despesas com o evento, por meio do Portal da Transparência, mantido pelo governo na internet.
Agora, segundo ofício do Ministério do Esporte, o site só acompanhará contratos que JÁ TINHAM COMEÇADO A SER DIVULGADOS. A inclusão de novos gastos não é assegurada.

Tudo isso me leva a concordar com o cenário sombrio apontado pela pesquisa. Maior interesse em acompanhar os dados acesse Veja.com