quinta-feira, 26 de maio de 2011

Por que não posso ser feliz?



Em uma rápida passada pelo orkut de minha grande amiga, Taíra Gama, observei novos vídeos e fui lá conferir, afinal muito do gosto dela é perfeitamente compatível com o meu. Entre vários belos vídeos (olha a aliteração), encontrei esse que reproduzo acima, ele realmente tocou a minha alma.

Não sou besta nem nada e fui conferir outras músicas do grupo. Na frenética busca encontrei várias criticas a esse vídeo e fiquei realmente pensativa. É obvio que existem divergências de gosto e isso é perfeitamente normal, já dizia Nelson Rodrigues que “toda unanimidade é burra”, todavia comentários desfavoráveis se firmaram no clima hippe e feliz do vídeo. Então, vamos lá, quer dizer que não posso assistir algo FELIZ e achar legal?

Faça-me o favor, com o mundo em notícias de jornais desta forma: Família de homem morto por policiais tem medo de voltar para casa (essa não é instituição que deveria nos proteger?). Eu quero mais é escutar algo além do forró de plástico (que começou com força total em Campina Grande, devido a proximidade do São João) e por 6 ou 7 minutos ficar anestesiada com o mantra da banda curitibana.

Agora criticas são bem-vindas quanto à letra grudenta da música e o nome (digo praticamente uma redação) pouco criativo do grupo, no mais é como diz amigos da Bahia: - “Me deixe!”

Sim...dentre as muitas paródias que a música suscitou, esta com o Rafinha Bastos é uma coisa, se você conseguir escutar a mesma letra por mais 10 ou 20 vezes, veja:

quarta-feira, 25 de maio de 2011


No momento estou pesquisando as “fronteiras contaminadas” entre jornalismo e literatura. Nesta busca recolho material rico a ser dividido com vocês, mas no momento falarei apenas de uma partícula que contempla minha investigação. O filme Capote.

Indico principalmente para aqueles interessados em jornalismo, captura de informações, busca de uma história que deve ser difundida ao mundo, artimanhas das relações humanas, enfim para quem gosta de conhecer um pouco mais sobre o próprio Homem.

Tenho certeza que após assistir ao filme, indagações se farão presentes. Afinal, por meio dele percebemos facilmente que por trás das notícias diárias, das grandes tragédias e dos fatos que marcam a nossa rotina, bem mais do aparece nas páginas do jornal deve ser explorado. Quem sabe em forma de livro ou qualquer outro suporte que não tenha como premissas básicas o rápido, aparente e efêmero.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A tristeza de um país que não prioriza a educação

Vale à pena refletir sobre estes vídeos. No primeiro a Profª Amanda Gurgel, uma voz que se levanta forte diante do caótico sistema educacional brasileiro, expõe na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, a realidade da educação não restrita a seu Estado, mas condinzente a todo o país. Com a repercussão do vídeo, fica provado mais uma vez a importância da internet como ferramenta de divulgação e fortalecimento da democracia, mesmo que ogros da comunicação ainda apontem nesse canal desconfianças apocalípticas.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

A literatura do Impensável - Crítica da Imagem Eurocêntrica


Quero compartilhar com vocês as ideias de um texto que recentemente tive contato e que me fez repensar sobre algumas coisas esquecidas e aprender muitas outras. É somente a introdução do livro “A Literatura do Impensável", de Ella Shohat e Robert Stam, mas só o peso do discurso preliminar nos faz querer devorar o livro em uma sentada.

Os autores apontam que para entendermos as representações nos meios de comunicação e as subjetividades contemporâneas, necessário se faz a consciência do legado debilitante eurocêntrico, ou seja, os traços de dominação estão presentes no nosso ângulo de visão do mundo mesmo sem percebermos e é isso que nos faz produzirmos um sentimento de superioridade nata das culturas e dos povos europeus. O texto deixa claro que “não se trata de um ataque à Europa ou aos europeus, e sim ao eurocentrismo, à tentativa de reduzir a diversidade cultural a apenas uma perspectiva paradigmática que vê a Europa como a origem única dos significados, como centro de gravidade do mundo, como “realidade” ontológica em comparação com a sombra do resto do planeta”.

De forma objetiva e com uma linguagem prazerosa vão se esclarecendo conceitos como colonialismo, imperialismo, racismo emaranhados pelos fios da História. Em rápidas palavras o discurso eurocêntrico é complexo, contraditório, historicamente instável e tem suas bases nas seguintes proposições:

1) A Europa é vista como o “motor” das mudanças históricas progressivas. A história segue uma trajetória linear em uma sequência de impérios.

2) O “Ocidente” progride naturalmente na direção das instituições democráticas (Torquemade, Mussolini e Hitler são aberrações dentro dessa lógica de amnésia histórica e legitimação seletiva).

3) As tradições democráticas não-européias são ignoradas.

4) O colonialismo, o tráfico de escravos e o imperialismo jamais são vistos como resultados fundamentais dos abusos de poder do Ocidente.

5) A produção cultural e material dos “outros” pode ser apropriada e suas conquistas negadas, enquanto o ato de apropriação que marca a antropofagia cultural européia é glorificado.

Pois é, tudo isso como informações apenas da introdução do livro, portanto vale muito à pena conferir. Segue referência bibliográfica: SHOHAT, Ella e STAM, Robert _ Crítica da imagem eurocêntrica._ Multiculturalismo e representação. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

sexta-feira, 13 de maio de 2011


O que dizer em um dia como este? Dia de paz e muito estudo, uma rotina perfeita. No cotidiano também aprendemos belas coisas. Uma delas é que a vida precisa de um ritmo que nos leve por vezes em condições de calmaria, porque afinal não é preciso um pé de guerra constante com a simplicidade das horas banais.

Paladinos de altas emoções rotineiras devem discordar de minha opinião, a injunção do pensamento é adrenalina e atitude desbravadora. Porém, aquiescer à condição de consolo e harmonia no conjunto de ações praticadas todos os dias não é uma posição conformista, mas tão somente, em algumas circunstancias uma atitude sábia.

Nesta postura nefelibata, percorrendo os caminhos de um momento estático e quase em atonia. Lanço os olhos ao que me cerca e entendo que o singular estado do que faz parte do meu quadro de vida presente, não deve servir-se da égide da resignação e sim, de um pensamento insurgente e rarefeito que me torna diverso do que fui e contrário do que sou.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jornalistas e escritores


Estou em uma correria tremenda esta semana. Para compartilhar, tenho somente a bela metáfora do escritor e jornalista Cony (2007), comparando o jornalismo com a literatura. Para ele, o jornalista é “um peixe de aquário, exibe seu desenho, suas cores, a fosforescência que atrai o leitor. Impossível não admirar um peixe na gaiola iluminada, com água renovada diariamente. É um clown. Precisa de brilho, expressa-se num palco”.
Por sua vez, o escritor é o peixe da água profunda, vive na treva, em águas onde nem chega a luz do sol. É monstruoso, escuro, quasímodo que habita um território impenetrável. Não conhece os limites do palco. Tem o oceano para arrastar seu corpo medonho, sua fome que não escolhe o que comer.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Resumão


Sei que a promessa era contar ao longo do evento todas as novidades, todavia os dias aqui foram intensos e o cansaço não me permitiu tal atitude. Irei narrar resumidamente os debates que travamos durante o colóquio.

A conferência de abertura “O fantástico como problema de linguagem”, contou com as palavras do Prof. Dr. David Roas, da Universidad Autônoma de Barcelona. Sua discussão gravitou em torno de três eixos centrais: 1) O realismo do fantástico; 2) Limites da linguagem e 3) Existência ou não do fenômeno fantástico.

Em seguida foi apresentada uma mesa-redonda sobre: O gênero Fantástico na perspectiva do Revisionismo. Bom, Revisionismo nos estudos literários é um olhar para trás sob novo ângulo, uma mudança de perspectiva, um deslocamento da visão canônica sobre determinada narrativa. Por exemplo, foi exibida uma releitura revisionista de As mil e uma noites em “Dunyazade” de John Barth, onde as narrativas não são realizadas por Sherazade (como no cânone) e sim, por sua irmã Dunyazade e isso implica outro entrelaçado de estórias.

Uma temática também muito interessante dentro das vertentes do fantástico foi debatida pelo Profº. Álvaro Hattnher, “Zumbis e a ficção: um passeio pelas entranhas da transmidialidade”. Claro que em primeira ordem causa estranheza, todavia dentro das reflexões sobre a ambigüidade entre o natural e sobrenatural na literatura e em outras mídias, esse é um campo fértil.

Visões, panoramas, dúvidas e reflexões foram apresentadas sobre o realismo mágico/maravilhoso e depois irei detalhar a polêmica. O evento terminou com chave de ouro, com a conferência: “A literatura fantástica: alguns marcos referenciais”, da Profª. Dra. Maria Cristina Batalha. Ela fez um apanhado dos contos nacionais fantásticos e os categorizou em 7 modalidades, trabalho muito atrativo.
Minha apresentação, graças a Deus, foi um sucesso! Assim como todo o evento e já deixou saudades. A UNESP está de parabéns, juntamente com o grupo de pesquisa, organizadores e monitores por estes dias de imersão no mundo fantástico, simplesmente adorei e digo que valeu a pena!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

II Colóquio "Vertentes do Fantástico na Literatura"

Olá pessoal, depois de uma cansativa viagem, da construção de uma amizade inesperada, da tediosa e sonolenta espera no Viracopos (aeroporto de Campinas/SP), de uma crise de enxaqueca que quase fez o meu olho direito saltar da órbita e dizer sarcasticamente: - Aline, você ficará caolha para o resto da sua vida! Cheguei a São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

O objetivo é participar do II Colóquio “Vertentes do Fantástico na Literatura”, na Universidade Estadual Paulista (UNESP) “Júlio de Mesquita Filho”, que irá ocorrer nos dias 03, 04 e 05. Apresentarei a comunicação oral: “O fantástico como tema em Cem anos de Solidão, de Gabriel García Márquez”.

Estou ansiosa, pois as discussões envolvendo o vasto e complexo campo da Literatura Fantástica irá enriquecer a minha dissertação, também me sinto nervosa, afinal estou desbravando horizontes e essa tarefa nunca é dissociada do risco pelas possibilidades do desconhecido.

Maiores informações sobre o evento neste link: http://www.eventos.ibilce.unesp.br/cvfl/index.php

P.S: Agora, seguindo um bom e merecido descanso, vou assistir o final da série Heroes (uma das minhas paixões é acompanhar esse tipo de entretenimento). Amanhã conto as novidades da abertura do colóquio.