domingo, 15 de março de 2009

Globalização X Regionalização: Qual o caminho viável?





A comunicação no mundo globalizado é recheada de discursos imediatistas que compreendem somente o espaço do agora. Aparentes, pois são construídos e desconstruídos conforme o interesse de pequenos grupos detentores de poder. Superficiais, já que fingem uma comunicação quando na maioria das vezes o que há é somente repasse de dados e por fim, autoritários quando apresentam a bandeira da verdade inquestionável. A fragmentação das notícias dentro deste paradigma acarreta uma comunicação ainda mais descontextualizada (pois não há interesse de se fazer um apanhado histórico acerca dos fatos, não se deseja compreender o fato/causa/conseqüências) e desterritorializada, onde a reflexão crítica cede lugar a retalhos de informações como forma de pensamento.
Globalizar é misturar, recriar, romper e formar novos padrões de vida, pensamentos e forma de agir, é aproximar o distante e tornar conhecido o mais particular, é perder a identidade privada, para ganhar a capacidade de interação com qualquer pessoa na Terra. Inseridos neste contexto a globalização e a indústria cultural trabalham juntas na configuração da cultura, elas modificam a criação e a forma de se produzir os produtos culturais. A arte passa a ser vista como mercadoria, a cultura local começa a perder as suas características para que possa ser difundida e consumida pela massa, assim os lucros obtidos obedecem a uma escala ascendente.
Diante da globalização como preservar o espaço regional? A via encontrada é o fortalecimento da comunicação tendo por base as singularidades locais. Segundo Octávio Ianni “Sob certos aspectos, a regionalização pode ser uma técnica de preservação de interesses “nacionais” por meio da integração, mas sempre no âmbito da globalização”.
Preservar os interesses nacionais é valorizar a cultura, as raízes, a comunidade, o patrimônio, acarretando integração e conhecimento dessa realidade local, mas também o desejo de resguardar histórias/cultura/patrimônios particulares.
O jornalismo de proximidade neste contexto é detentor das ferramentas para a produção de conteúdos relacionados à preservação e desenvolvimento dessas identidades. O seu papel será promover debates, aguçar discussões, chamar atenção, desenvolver reportagens que tenham por objetivo solucionar problemas, além de resguarda histórias/cultura/patrimônios dessa comunidade. A informação local “pertencente às pessoas, instituições, ambientes geográficos, as tradições e manifestações culturais, as identidades e vocações sociais, econômicas, políticas e culturais de um povo, de uma comunidade, um lugar” é a prioridade para esse tipo de jornalismo e suas atribuições devem ser exercidas.

3 comentários:

  1. Muito bom! Isto é a prova cabal de que você tem sido uma boa aluna no curso de especialização! rs. Continue escrevendo! (isso vale para mim também!).

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  2. Obrigada pelo incentivo! Com tantas provocações na especialização,necessário se faz escrever sobre isso :)

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  3. Interessante... no final do semestre passado nós tivemos um debate sobre a GLOBOALIZAÇÃO x CULTURA, e eu defendi muito a idéia de que a globalização hoje ela vem consumindo a cultura! Esse mesmo meio em que podemos expor os nossos pensamentos, valores, formas de ser... de viver... expor as nossas culturas... é o mesmo meio que universaliza e vem criando uma cultura uníssona! Daí fica a indagação... com a globalização existe esse "salto" de mundos conhecendo o mundo... sem ela... rsrs talvez ficássemos parados no tempo... e agora?! Será q existe um meio termo?! E se existir??? Será q conseguiremos chegar nele e permanecer nele?!?! rsrs Sei lá... muuuuuuuuuuiiito complicado isso tudo!! rsrs Só de pensar enloqueço!! rsrs Vlw Line... ótimo blog!! Estarei aki sempre!!!

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